Algumas lideranças de esquerda na Paraíba criticaram a postura individualista adotada pelo presidente do PT paraibano, Jackson Macêdo, que prometeu ações contra o governador João Azevêdo (PSB) caso ele use imagens do ex-presidente Lula na campanha eleitoral.
A presidente do PCdoB na Paraíba, Gregória lembrou que o PT integra uma federação composta ainda pelo PCdoB, PSB e PV, o que não permite declarações isoladas.
“O mesmo peso que Macedo tem na federação, como presidente do PT, eu e o companheiro Denis também têm. Portanto, é melhor ele ir se acostumando que nos próximos quatro anos ninguém pode tomar decisão isolada dentro da federação”, alertou Gregória.
O deputado estadual Anísio Maia (PSB) afirmou, durante lançamento da pré-candidatura do jornalista Heron Cid a deputado federal nesta quinta-feira (30), que Jackson “se comporta como um burocrata, não faz política e manda recado”.
“Na verdade destoa totalmente do que deveria ser o comportamento de um partido que quer eleger um presidente da República, que tem que somar apoios e não dividir”, comentou.
Para Anísio, Jackson “quer criar mais uma vez um cercado para fazer uma política exclusiva de um grupo muito pequeno na Paraíba” e “está destoando da política nacional”.
O ex-sindicalista e membro afastado da Executiva da direção estadual do PT-PB, Arimatéia França, questionou o anúncio do atual presidente da legenda.
“Jackson com esse comportamento está prestando um desserviço ao povo brasileiro e ao PT. João Azevedo é do PSB, partido que integra nossa federação partidária e vem se comportando de forma correta, honesta ao se posicionar ao lado do ex-presidente Lula e do que ele defende para a sociedade brasileiro. Inclusive, o PT integra a gestão estadual por intermédio de companheiros importantes na gestão e Secretaria de Agricultura Familiar”, disse.
França vê Macedo atacando aliados do PT. “Ao invés de agregar, ele desagrega. Não vimos Macedo colocando os advogados do PT para combater Fake News contra os integrantes do partido ou o ex-presidente Lula. Na minha compreensão, todos aqueles que defendem o governo Lula devem ser acolhidos, respeitados. Ele desrespeita aliados e as bases do partido. Jackson vive de perseguição a quem se opõe ao seu projeto pessoal. Eu e outros companheiros estamos sendo perseguidos por ele, já que nos colocamos contrários as suas decisões individuais, burocráticas e autoritárias. A quem Jackson defende? Os interesses da Paraíba, do povo brasileiro e do Brasil, ou suas ambições pessoais”, questionou Arimatéia.
Já o presidente do PSB da Paraíba, deputado federal Gervásio Maia classificou como “ato de mediocridade e egoísmo”. A declaração também foi dada durante o lançamento da pré-candidatura do jornalista Heron Cid a deputado federal.
“Isso se chama mediocridade e egoísmo. Política não se faz dessa forma. O que precisamos ter é um palanque forte para o presidente Lula. Quando ele vier para a Paraíba, todos estarão defendendo e trabalhando o fortalecimento. É uma política pequena, que lamento muito”, afirmou.