Um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Cultura no governo Lula, o cantor Chico César usou as redes sociais para dizer que preferiria ver outras pessoas no cargo. “Sou mais Juca Ferreira ou Jandira Feghali”, afirmou o artista, que já foi secretário de Cultura da Paraíba, ao compartilhar uma matéria do GLOBO sobre o assunto.
O setor cultural, que em grande parte apoiou a campanha à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve voltar à lista de prioridades do governo federal. Com a recriação do Ministério da Cultura, a transição na área será acompanhada por um levantamento de decretos feitos pelo governo de Jair Bolsonaro, com a possibilidade de que sejam revogados. Entre as prioridades, está a discussão da medida provisória que adiou o prazo para repasses de recursos previstos pelas leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2.
Quem deve assumir o Ministério da Cultura
Alguns nomes para assumir a pasta já circulam nos bastidores, como o da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), por sua atuação durante processo de discussão das leis relacionadas ao setor; o da cantora Daniela Mercury, que seria nome favorito da futura primeira-dama, Janja, ao cargo; o de Juca Ferreira, por seu histórico como ex-ministro dos governos petistas; o do cantor Chico César, que já foi secretário de Cultura da Paraíba; e o de Manoel Rangel, que foi diretor-presidente da Ancine de 2004 a 2017.
Nesta madrugada, Daniela Mercury publicou um vídeo no Instagram ao lado de Lula e Janja, demonstrando que mantém uma proximidade com o futuro presidente, mas sem tocar no assunto.
Uma das principais preocupações da pasta é de ordem orçamentária. Sob Bolsonaro, o valor reservado para a Cultura atingiu o menor valor real desde 2005, reajustando o dinheiro no orçamento de acordo com a inflação. Em 2021, foi empenhado R$ 1,38 bilhão, número que vem em queda constante desde 2013, quando o valor reajustado foi de R$ 4,1 bilhões.
Entre os órgãos que mais sofreram com os cortes orçamentários está a Fundação Nacional de Artes (Funarte), que já chegou a empenhar R$ 237 milhões, em valores corrigidos, em 2010, mas em 2021 só empenhou R$ 93 milhões. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) chegou a empenhar R$ 495 milhões em 2018, mas o valor caiu, chegando a R$ 275 milhões em 2021.