O deputado federal e presidente do PP na Paraíba, Aguinaldo Ribeiro (PP), é um dos nomes cotados para disputar à presidência da Câmara, caso o presidente eleito Lula (PT), não chegue a um acordo com o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A informação foi publicada pelo Estado de S. Paulo nesta terça-feira (8).
De acordo com o jornal, Lula e Lira conversaram por telefone no domingo do segundo turno, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Lula eleito. Segundo aliados do presidente da Câmara, o tom da conversa foi cordial e positivo. Tanto Lira quanto seu pai, Benedito, ex-senador, foram por longo tempo aliados dos governos do PT no Congresso. O telefonema começou com Lula perguntando da saúde do pai do parlamentar, o que animou e “desarmou” o deputado, de acordo com interlocutores.
O presidente eleito foi aconselhado a recuar dos ataques e virar a chave para um acordo com o Centrão em nome da governabilidade. Esse recado foi dado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ao presidente eleito ainda durante o segundo turno, conforme relato feito por Teixeira ao líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA), aliado de Lira.
Lula passou a considerar a manutenção do orçamento secreto, prometendo dar transparência às indicações das emendas, mas ainda mantendo o poder dos parlamentares na destinação dos recursos, com um período de transição. A decisão tomada é que o governo não vai mexer nas emendas de 2023 e começará a negociar o futuro dos recursos nos próximos anos.
Nos bastidores, parlamentares dizem que Lula precisará chegar na conversa com uma definição: se realmente vai “abraçar” Lira e já negociar o Orçamento de 2023 em troca do apoio ao presidente da Câmara ou se vai incentivar outra candidatura ao comando da Casa.
Se o segundo caminho for escolhido, é preciso começar a atrair quem pode desembarcar do apoio a Lira, que hoje tem maioria na Câmara, avisam aliados. Se a escolha for essa, os nomes mais citados nos bastidores para tentar desbancar o atual presidente da Câmara são os deputados Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Luciano Bivar (União-PE).