Na manhã de hoje, o deputado estadual Eduardo Brito (SD) praticou de uma audiência na 1ª Vara Mista de Mamanguape, gerando discussões acaloradas no cenário político. O foco da audiência foi uma ação de improbidade administrativa relacionada ao período em que o parlamentar atuou como prefeito, entre os anos de 2009 e 2016. O caso que veio à tona diz respeito a um galpão que armazenava medicamentos vencidos durante sua gestão.
A situação é emblemática, levantando sérias questões sobre a conduta ética e a responsabilidade de Eduardo Brito enquanto ocupava o cargo de prefeito. Alega-se que o galpão de medicamentos vencidos representa não apenas uma negligência no cuidado com a saúde pública, mas também uma possível infração legal que viola a confiança depositada pelo eleitorado.
Entenda o caso
Medicamentos, documentos contábeis e até cheques institucionais cancelados foram encontrados em um galpão que era usado como almoxarifado da Prefeitura de Mamanguape, cidade a 62 km de João Pessoa. O material foi encontrado pelo atual secretário de Saúde da cidade, Antônio Máximo, que assumiu a pasta no início deste mês de janeiro. Alguns medicamentos encontrados estavam vencidos e outro ainda lacrados, segundo o secretário de saúde do município. Após “onda de denúncias” na mídia estadual, o município amanheceu nesta quinta-feira no trends tópicos do twitter, sendo o segundo assunto mais comentado na região.
Além dos remédios, balanças que nunca foram usadas e que deviam ter sido enviadas para os postos de saúde estavam no galpão. Todo o material estava guardado em um prédio no Centro de Mamanguape. O secretário de saúde explicou que em meio a toda essa descoberta, a farmácia do municipal está com o estoque em baixa.
“Faltam medicações importantes como antibióticos, e por isso temos que abrir uma nova licitação. É um processo bastante complicado para que a gente consiga oferecer um serviço de qualidade à população. Aqui [no galpão] encontramos tanto antibióticos de uso em unidade básica, como de uso hospitalar”, comentou Antônio Máximo.
A enfermeira Isabel Cristina, que trabalha em uma das 18 Unidades Básicas de Saúde da cidade, explicou que falta medicamento para pessoas que têm hipertensão ou diabetes. “Nem dipirona ou medicamento para passar enjôo temos na farmácia. Eu encontrei o local praticamente vazio”, relatou a funcionária.
Em uma outra unidade, um dos três carros que pertencem à Secretaria de Saúde foi encontrado com a porta quebrada e restos de material hospitalar espalhados no interior. De acordo com Antônio Máximo, o veículo era para ser usado como uma unidade móvel de assistência odontológica. “Diante dos problemas, nós acionamos o setor jurídico, estamos catalogando tudo e vamos tomar providências”, assegurou o secretário de saúde de Mamanguape.