A Paraíba voltou a ser notícia na mídia nacional. Mas, dessa vez, foi por algo classificado pela sociedade como abominável. Trata-se da agressão feita pelo médico João Paulo Souto Casado (42), que desferiu vários golpes contra sua ex-companheira, Rafaella Lima, de 32 anos.
Ao Fantástico deste domingo (17), a vítima, que é enfermeira e estudante de medicina, revelou à jornalista Larissa Pereira o quão grave pode ser a violência estrutural contra a mulher. Isso porque, depois de ter reagido na primeira vez que foi agredida fisicamente, a enfermeira diz que parou de reagir para assim “sofrer menos”.
Ela lembra que, na primeira vez que apanhou, foi pega de surpresa, e instintivamente reagiu. E foi justamente nesse dia que ela ficou mais machucada. Assim, quando a agressão se repetiu alguns meses depois, ficou acuada: “Dessa vez eu não reagi. Eu entendi que se eu reagisse eu apanhava mais. Era mais inteligente não reagir”, declarou, visivelmente emocionada.
Em vídeos, João Paulo Casado aparece agredindo a ex-companheira pelo menos em duas ocasiões diferentes. Uma no carro e outra no elevador. O advogado do médico diz que a agressão ocorreu porque a vítima tinha maltratado o filho do médico.
Ela nega a versão e garante que sempre se deu bem com o filho do ex-companheiro. Demorou um ano para que Rafaella conseguisse ver as imagens. Foi nesse momento que ela começou a entender o que realmente acontecia durante seu relacionamento com João Paulo Casado.
“Me ver foi diferente. Porque eu tentava bloquear toda vez que passava as agressões. Então… eu nem lembrava que no carro tinha sido naquela intensidade. Eu lembrava que ele tinha me dado um murro”, explica a vítima.
A jovem já tinha ido à delegacia da mulher no ano passado, mas não por conta própria. Rafaella Lima foi intimada quando vizinhos fizeram uma denúncia anônima das agressões. Foram enviadas imagens dela sendo agredida por João Paulo em um elevador enquanto ele segurava o filho do primeiro casamento.
Na outra imagem, captada por cãmaras de segurança, o médico disfere vários socos conta a ex-companheira, que tenta se proteger colocando os braçoes na frente do rosto e protegendo a cabeça.
“Queriam saber se eu estava passando por algo. Mas eu neguei tudo. Está tudo bem, que nada tenha acontecido e segurei isso até o fim”, lembra a enfermeira.