A crise no Oriente Médio causada pela escalada do conflito entre Israel e Irã impactou diretamente uma comitiva brasileira que se encontra atualmente em Tel Aviv, capital israelense. O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), integra o grupo de 25 pessoas – entre eles oito prefeitos brasileiros – que viajou ao país a convite do governo de Israel para participar do Muni Tour 2025, um programa de cooperação internacional voltado à segurança cidadã e ao desenvolvimento sustentável.
Com o espaço aéreo de Israel fechado por motivos de segurança, o governo brasileiro tem buscado alternativas para retirar os brasileiros de forma segura. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou neste domingo (15), em entrevista à CNN, que há expectativa de que o grupo possa deixar o território israelense já nesta segunda-feira (16), por via terrestre, rumo à Jordânia.
“Vamos saber de manhã, no horário de lá. O espaço aéreo está fechado. Terão de ir à Jordânia por terra”, afirmou a ministra.
O próprio prefeito Cícero Lucena participou de uma reunião virtual com autoridades israelenses neste domingo, onde foi discutida a possibilidade de deslocamento por terra. Segundo ele, a rota pela Jordânia representa o menor risco em termos de distância e segurança.
“A partir da ponte, cada um seguirá para seu destino, seja Arábia Saudita ou outro país, sem mais depender das autoridades israelenses. O que estamos pedindo ao governo de Israel é que nos proporcione o transporte seguro até a ponte”, explicou Cícero.
O governo da Jordânia já sinalizou positivamente e autorizou a entrada dos brasileiros, com o apoio da Embaixada do Brasil no país.
O deputado federal Mersinho Lucena (PP), filho do prefeito, também se mobilizou. Neste sábado (14), viajou para a Arábia Saudita em busca de uma rota de resgate junto a autoridades locais e representantes da diplomacia brasileira.
Mersinho tem feito atualizações pelas redes sociais, ressaltando que a prioridade é garantir uma saída segura para todos os brasileiros.
“Estamos estudando as vias terrestres e marítimas, para montar uma operação de logística diplomática. Todos sabemos dos riscos que uma operação dessa natureza envolve, mas estamos empenhados em garantir uma retirada segura e rápida”, afirmou.
A Força Aérea Brasileira (FAB) aguarda a definição da rota de saída para organizar o retorno dos brasileiros ao país. Segundo o deputado, o Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, estão atuando de forma conjunta para oferecer apoio à operação.