O deputado federal e presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de mais uma polêmica nacional. Segundo revelações da imprensa, o parlamentar fretou um jatinho por R$ 110 mil, pagos com dinheiro público, para comparecer à festa de 80 anos do senador Jader Barbalho (MDB-PA), realizada em Belém, no dia 26 de outubro de 2023 — um sábado.
O voo saiu de Brasília às 11h15 com destino à capital paraense, e o retorno ocorreu às 16h15 do mesmo dia. De acordo com o relatório do voo, Hugo Motta era o único passageiro da aeronave, que foi paga com recursos do Fundo Partidário, verba pública destinada, pela lei, à manutenção das atividades cotidianas dos partidos — e não para deslocamentos festivos ou pessoais.
A ocasião ocorreu durante o período em que Motta estava em plena campanha para sua candidatura à presidência da Câmara. A festa de Barbalho contou ainda com a presença de outros figurões da política nacional, como o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O uso do jatinho acontece no mesmo momento em que Hugo Motta cobrava do governo Lula responsabilidade fiscal e pregava um Estado mais “enxuto”. A incoerência entre discurso e prática chamou atenção nas redes sociais e entre opositores.
E não foi a única extravagância. Em junho deste ano, o colunista Andreza Matais, do portal Metrópoles, revelou que Motta gastou R$ 27 mil em um jantar para 30 políticos. O valor médio por convidado foi de R$ 904.
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Defesa
Procurada, a assessoria de imprensa de Hugo Motta alegou que não houve qualquer irregularidade:
“O pagamento foi realizado de forma regular, em conformidade com a legislação vigente e com as normas internas do partido, não havendo qualquer irregularidade ou impropriedade nos procedimentos adotados.”
Embora o uso do Fundo Partidário tenha amparo legal para cobrir deslocamentos relacionados à atividade política, especialistas avaliam que a utilização de R$ 110 mil para participar de uma festa destoa do princípio da economicidade e pode configurar desvio de finalidade, especialmente se não houver prestação de contas convincente.