As articulações da oposição para as eleições de 2026 na Paraíba podem estar prestes a sofrer um abalo de grandes proporções. De um lado, o senador Efraim Filho (União Brasil) intensifica o diálogo com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Do outro, o também senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) deixa claro: não divide palanque com bolsonaristas — mesmo que isso implique romper com o próprio Efraim.
Em entrevista à rádio CBN, nesta terça-feira (15), Efraim confirmou as conversas com o PL, que incluem até uma possível filiação ao partido comandado na Paraíba pelo ex-ministro Marcelo Queiroga. O movimento faz parte da estratégia de Efraim para disputar o Governo do Estado em 2026, diante do desconforto gerado pela federação entre União Brasil e PP — partido do atual vice-governador, Lucas Ribeiro.
“Esse diálogo reforça a estratégia de unidade da oposição. O PL nacional tem demonstrado foco no Senado. Fui procurado para concretizar aliança ao governo. Essa unidade seria muito bem-vinda. A oposição tem dado uma aula de articulação”, disse Efraim.
A fala sugere a construção de uma frente ampla oposicionista, mas esbarra em um obstáculo ideológico inegociável: o bolsonarismo.
No dia anterior, em entrevista ao programa Frente a Frente, da TV Arapuan, Veneziano lançou um alerta público ao aliado: se Efraim se filiar ao PL e representar o bolsonarismo, a aliança entre os dois estará rompida.
“Meu palanque é do presidente Lula. Eu não estarei do lado de um projeto bolsonarista”, cravou o emedebista.
“Como vou estar num palanque cuja candidatura do PL é a candidatura do bolsonarismo?”, completou.
Veneziano ainda citou os nomes de Efraim Filho e Pedro Cunha Lima (PSD) como possíveis apoios para a disputa pelo governo, mas fez questão de frisar que a união com o PL não é necessária — e, em seu caso, inviável.
Além disso, Veneziano alfinetou o governador João Azevêdo (PSB), ao afirmar que, se quiser apoiar Lucas Ribeiro (PP) como candidato à sucessão estadual, terá que dividir o palanque com o bolsonarismo.
“O PP vota em quem para presidente?”, provocou o senador.