O senador paraibano Efraim Filho (União Brasil–PB) elevou o tom contra a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (21). Em entrevista à rádio Arapuan FM, Efraim classificou a ação como “injusta” e apontou uma suposta diferença de tratamento entre figuras da direita e da esquerda na Justiça brasileira.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e investiga uma possível tentativa de interferência de Bolsonaro em processos judiciais. Para Efraim, no entanto, a investigação teria motivações políticas.
“Eu não acredito que a postura de se posicionar mereça ser censurada, mereça uma operação da Polícia Federal”, disse o senador durante o programa Arapuan Verdade.
Efraim também comparou a conduta do ex-presidente à de outras figuras públicas, como a primeira-dama Janja Lula da Silva, afirmando que há um “dois pesos e duas medidas” nas reações institucionais.
“Quer dizer que Bolsonaro ir à rede social e dizer que apoia Trump justifica uma operação da Polícia Federal porque isso pode prejudicar o Brasil? E quando a primeira-dama Janja vai à rede social e manda o governo dos Estados Unidos se ferrar, isso não é nada?”, questionou.
As declarações do senador acontecem em um momento estratégico: Efraim está em negociação para possível filiação ao PL, partido de Bolsonaro. A movimentação ocorre diante da possibilidade de perda de influência no União Brasil, especialmente diante da federação com o Progressistas, do deputado Aguinaldo Ribeiro.
Caso fique sem o comando do partido na Paraíba, Efraim já sinalizou que pode buscar outra legenda para disputar o governo do Estado — e o PL surge como opção natural, dada sua base conservadora e o crescente alinhamento do senador com o bolsonarismo.