O que era pra ser uma gestão de inovação e progresso em Serra Branca, no Cariri paraibano, virou um verdadeiro cenário de crise e disputa de poder. Eleito com o apoio do empresário Ernildo Júnior, da casa de apostas Pixbet, o prefeito Michel Alexandre assumiu a gestão em 2025 prometendo avanços, investimentos e uma nova era administrativa para o município. Mas a realidade, segundo fontes ouvidas nos bastidores, está bem longe do discurso.
Logo após assumir o cargo, Michel nomeou o cearense Marcos Antônio Pereira da Silva, conhecido como Marquinhos, como secretário de Administração e Finanças. A indicação partiu diretamente de Júnior, o padrinho político da chapa eleita. E é justamente aí que começou o imbróglio.
Desde então, é Marquinhos quem de fato comanda os rumos da prefeitura: nomeações de servidores, contratos com empresas, decisões políticas e até articulações com fornecedores. Nada acontece sem passar pelas mãos do secretário — o que tem causado enorme desgaste para o prefeito oficial.
Fontes locais relatam que Michel Alexandre virou um “prefeito decorativo”, sem poder real dentro da administração. Em determinado momento, irritado com a situação, ele até tentou demitir Marquinhos e mandou que o secretário deixasse a sede da prefeitura. Mas a ordem foi desfeita rapidamente por Júnior, que determinou o retorno de Marquinhos ao cargo — desmoralizando ainda mais o gestor perante sua equipe e a população.
Diante do desgaste, vereadores e lideranças políticas que apoiaram o projeto de Michel já começam a se afastar da gestão. A insatisfação é generalizada e, nos bastidores, muitos já sinalizam que seguirão um caminho diferente nas eleições de 2026.
Enquanto isso, a administração patina. A parte administrativa não avança, os investimentos não chegam e a crise política só aumenta. O que antes era vendido como um “governo moderno”, virou motivo de críticas e frustração para boa parte dos serrabranquenses.
A realidade é que Serra Branca está sob o comando de duas figuras — um prefeito eleito e um “gestor informal” — que parecem não falar a mesma língua. O resultado disso é uma gestão travada, um clima de instabilidade e o sonho de desenvolvimento cada vez mais distante.
Nos bastidores, cresce a pergunta: até quando Serra Branca suportará essa divisão de comando? A resposta pode vir já nas urnas de 2026 — ou antes, se a crise não for contida.