A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) oficializou nesta sexta-feira (25) o apoio do Partido Liberal à pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil) ao Governo da Paraíba nas eleições de 2026. Na mesma ocasião, também foi confirmada a pré-candidatura do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) ao Senado Federal, selando uma chapa totalmente alinhada ao bolsonarismo no estado.
A aliança, embora represente um avanço estratégico para Efraim no campo da direita, também gerou reações e reposicionamentos dentro do próprio bloco oposicionista. Figuras que não se identificam com o bolsonarismo passaram a sinalizar distância do novo arranjo político.
Em entrevista à imprensa, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD), que disputou o governo em 2022, afirmou que vê com naturalidade o apoio do PL a Efraim, mas admitiu que a movimentação pode levar à fragmentação do campo oposicionista. Pedro defendeu o diálogo com outras siglas — como MDB, PSD e Podemos — e não descartou múltiplas candidaturas já no primeiro turno.
“Se tiver mais de uma candidatura no campo das oposições no primeiro turno, também está tudo certo”, declarou Pedro.
Mais contundente foi a reação do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), um dos principais aliados do presidente Lula (PT) na Paraíba. Para ele, não há qualquer possibilidade de apoiar um projeto vinculado ao bolsonarismo.
“Eu não estarei do lado de um projeto bolsonarista. Tenho respeito a todas as opiniões, mas não posso dar convergência ao que temos observado ontem, no passado, e hoje”, disse Veneziano.
Apesar da perda de interlocução com setores mais ao centro e à esquerda, Efraim Filho sai fortalecido entre as bases bolsonaristas e o grupo de Direita na Paraíba. Além do apoio de Michelle Bolsonaro e do PL, ele passa a contar com aliados consolidados da direita no estado, como o deputado federal Cabo Gilberto Silva, o deputado estadual Walber Virgulino, o pastor Sérgio Queiroz e o ex-ministro Marcelo Queiroga — provável companheiro de chapa na disputa de 2026.
A nova aliança repete a estratégia usada por Efraim em 2022, quando antecipou sua pré-candidatura ao Senado mesmo sem o apoio do então aliado, o governador João Azevêdo (PSB), e saiu vitorioso nas urnas. Agora, com o “bloco na rua”, a expectativa é que o senador comece a costurar novas alianças e ganhe tração nas próximas pesquisas de intenção de voto.