A crise política na cidade de Serra Branca, no Cariri paraibano, ganhou um novo e significativo capítulo nesta semana. A secretária municipal de Assistência Social, Maria Emília, pediu exoneração do cargo em meio a uma crescente tensão interna na administração do prefeito Michel Alexandre.
Segundo informações apuradas nos bastidores, Maria Emília — que é cunhada do vice-prefeito Flávio Torreão — vinha manifestando há semanas o desejo de deixar o posto, alegando motivos pessoais e profissionais. No entanto, o clima pesou quando ela teria sido pressionada diretamente pelo prefeito a permanecer, mesmo após ter formalizado seu pedido de saída.
De acordo com fontes próximas à gestão, o prefeito teria adotado uma postura intransigente, tentando impedir a exoneração com o argumento de que o gesto seria politicamente “malvisto” e poderia “prejudicá-la”. A atitude, no entanto, parece ter surtido efeito contrário: o rompimento político entre Flávio Torreão e o prefeito Michel Alexandre agora é dado como certo e deve ser oficializado nos próximos dias.
Além do mal-estar envolvendo a saída de Maria Emília, a relação entre o vice-prefeito e o grupo político do prefeito já vinha se desgastando nos últimos meses. Flávio Torreão estaria insatisfeito com a má administração da gestão.
Eleito em 2024 com o discurso de renovação e apoio do empresário Ernildo Júnior, Michel Alexandre tomou posse em 2025 prometendo avanços e investimentos. No entanto, a administração tem sido alvo constante de críticas da população, especialmente por promessas de campanha que até agora não saíram do papel.
Além disso, circula com força nos bastidores a informação de que quem realmente comanda os rumos da prefeitura seria o secretário de Administração, o cearense Marcos Antônio Pereira da Silva, conhecido como Marquinhos.
Fontes garantem que nenhuma decisão importante é tomada sem o aval do secretário, que teria sob seu controle desde nomeações e contratos, até articulações com fornecedores. O domínio de Marquinhos dentro da gestão tem causado desgaste crescente para o prefeito Michel Alexandre, que estaria sendo visto apenas como uma figura decorativa dentro da própria administração.
Clima de ruptura
Com o pedido de exoneração de Maria Emília e os sinais claros de ruptura por parte de Flávio Torreão, a crise política em Serra Branca deve se intensificar nos próximos dias. Os desdobramentos podem ter impacto direto não apenas na governabilidade da atual gestão, mas também nas alianças para as eleições municipais de 2026.