O município de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa, tem vivido uma verdadeira celeuma política desde que o prefeito Jackson Alvino (PP) assumiu o mandato em janeiro de 2025.
Isso porque, logo após tomar posse, Jackson rompeu politicamente com o ex-prefeito e padrinho político Emerson Panta. Após o racha, era esperado que alguns secretários e servidores ligados à gestão anterior fossem exonerados — o que de fato aconteceu. Até aí, tudo dentro do jogo político.
O que causou surpresa foi o espaço conquistado por um nome que sempre atuou nos bastidores e que, em conversas com o grupo de Panta, era contra a candidatura de Jackson: o publicitário Jurandir Miranda.
No ostracismo e fora dos holofotes da publicidade paraibana há anos, Jurandir passou a ganhar protagonismo na atual gestão, assumindo influência na área de comunicação e, mais recentemente, se envolvendo em articulações políticas. E foi justamente a partir disso que os problemas começaram a surgir.
Jurandir iniciou um processo de afastamento de aliados antigos de Jackson e vem criando atritos com figuras importantes da base aliada. Um episódio ocorrido na Câmara Municipal deixou o desconforto evidente: durante uma sessão que votaria um projeto importante para o governo, Jurandir tentou, de forma forçada, interagir com um vereador da base, chegando a abraçá-lo. A resposta do parlamentar foi fria e nada amigável, gerando um clima tenso no plenário e entre os parlamentares da Casa.
Para completar, quem conhece os bastidores da política em Santa Rita sabe: Jurandir já transitou na cozinha de Emerson Panta, e nunca escondeu sua resistência à escolha de Jackson como candidato. Segundo aliados do ex-prefeito, ele chegou a usar adjetivos pouco lisonjeiros para definir Jackson antes da eleição. Agora, o mesmo Jurandir tenta apagar o passado enquanto busca ocupar espaço — mesmo que isso custe o afastamento de pessoas que estiveram com Jackson desde o início.
Apesar de fazer uma gestão discreta, Jackson é bem visto entre a classe política local. No entanto, se continuar permitindo que quem sempre o criticou tenha as rédeas da gestão, pode acabar comprometendo sua base e, por tabela, sua governabilidade.
A dúvida que ecoa entre aliados é direta: por que o prefeito segue deixando o maior opositor da sua indicação agir livremente dentro da gestão, afastando quem mais contribuiu para sua vitória?