O anúncio da Prefeitura de Monteiro (PB) de contratar profissionais da saúde por apenas um salário mínimo caiu como uma bomba no meio farmacêutico e em outras categorias do setor. O Conselho Regional de Farmácia da Paraíba (CRF-PB) divulgou uma nota dura nesta terça-feira (1º), chamando a medida de “vergonha, desumana e inaceitável”.
O alvo da polêmica é o Edital nº 01/2025, que prevê remuneração irrisória para cargos que exigem alta qualificação técnica. Entre eles está o de farmacêutico, profissional essencial para o funcionamento do SUS e para a garantia de um atendimento seguro à população.
“É inadmissível que, em pleno século XXI, uma prefeitura insista em práticas que precarizam o trabalho em saúde e comprometem a qualidade da assistência”, disparou o CRF-PB em suas redes sociais.
Segundo o Conselho, a proposta da Prefeitura não é só um desrespeito à categoria, mas também uma ameaça à qualidade do serviço público de saúde. Afinal, quem perde com salários indignos não são apenas os trabalhadores, mas também a população que depende diariamente do SUS.
Reação firme
O CRF-PB garantiu que vai acionar os órgãos competentes para que a decisão seja revista imediatamente. O órgão ainda reforçou que a Paraíba não pode aceitar retrocessos que tratem seus profissionais de forma tão precária.
“Nossa população não tolera ser afrontada na dignidade do nosso povo e de seus profissionais”, destacou a nota.
A pressão deve aumentar. Conselhos de classe, sindicatos e até o Ministério Público do Trabalho podem entrar na jogada, já que um salário mínimo para profissionais de saúde com formação superior e responsabilidades técnicas pode configurar precarização e violação da dignidade humana.
Enquanto isso, a Prefeitura de Monteiro ainda não se manifestou publicamente sobre o repúdio do Conselho.