A crise política entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os partidos União Brasil e Progressistas (PP) chegou ao limite. Nesta terça-feira (2), os presidentes das duas siglas, Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP), anunciaram que todos os filiados devem deixar cargos na administração federal.
O recado foi dado após conversas diretas com os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que vinham tentando resistir à pressão para permanecer no governo. Os dirigentes foram taxativos: se não saíssem, seriam expulsos dos partidos.
A decisão deve repercutir fortemente na política paraibana, já que parlamentares locais tinham indicações importantes em órgãos federais.
O senador Efraim Filho (União), por exemplo, já entregou as indicações que possuía na presidência dos Correios e na Codevasf-PB.
No PP, o deputado Aguinaldo Ribeiro é responsável por nomeações estratégicas, como a do superintendente do DNOCS, Alberto Gomes, e da CBTU, Paulo Barreto. O partido também controla a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), atualmente sob comando de Giovanni Giuseppe Marinho, apadrinhado do deputado federal Mersinho Lucena (PP).
Já o União Brasil mantém espaço com a ex-vice-governadora Lígia Feliciano, nomeada em Brasília por articulação do deputado federal Damião Feliciano.
O movimento sinaliza um rompimento definitivo das legendas com o governo Lula, ampliando a tensão em Brasília e abrindo espaço para novas recomposições políticas de olho nas eleições de 2026.