A inauguração do Museu de História da Paraíba, marcada para esta sexta-feira (3), no restaurado Palácio da Redenção, em João Pessoa, já nasce cercada de barulho político. O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para insinuar um suposto desvio de obras do Museu Assis Chateaubriand (MAAC), de Campina Grande, após imagens de peças no novo espaço cultural circularem nas redes.
Entre elas, estão “Perna de Pau”, de Cândido Portinari, e “Jesus”, de Pedro Américo. O que o parlamentar tratou como mistério, porém, não passa de um empréstimo autorizado e público, fruto de convênio firmado entre o Governo do Estado e a Furne, gestora do MAAC.
O acordo prevê a cessão temporária de dez obras, com aval do Ministério Público e do Conselho Diretor da Fundação, para compor a exposição de inauguração. Nada de irregular, apenas um intercâmbio cultural comum em museus do mundo inteiro.
Para o historiador Gustavo Souto, o discurso do deputado escancara mais ressentimento político do que preocupação real:
“É curioso ver críticas de quem teve o poder por anos e deixou o Palácio abandonado. Agora que a Paraíba conquista um Museu de História, tentam desmerecer com polêmica artificial.”
O novo museu chega para preencher uma lacuna histórica: preservar e exibir a memória da Paraíba, ao mesmo tempo em que valoriza obras de grandes artistas brasileiros.
No fim das contas, fica a dúvida: Tovar desconhece o básico sobre gestão cultural ou prefere usar a ignorância como discurso político?