O empresário Ernildo Júnior, paraibano e dono da Pixbet, está entre os investigados pela Polícia Federal na Paraíba em um inquérito que apura crimes de evasão de divisas, operação irregular de instituição financeira e lavagem de dinheiro.
De acordo com reportagem do Estadão, Ernildo foi sócio do empresário Fernando Cavalcanti e do advogado Nelson Wilians na fintech XBank Digital, criada em 2023 e dissolvida em junho deste ano. Ambos também são investigados pela PF e pela CPI do INSS, que apura um suposto esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados.
O XBank, inicialmente aberto com capital de R$ 500, teve o valor ampliado para R$ 5 milhões quando Ernildo e Cavalcanti assumiram o controle. A empresa foi encerrada após pouco mais de um ano de funcionamento.
A investigação contra Ernildo e a Pixbet teve origem em 2022, após o Ministério Público Federal identificar um grupo de empresas que recebia valores no exterior em dólares, sem o devido registro cambial. O inquérito levou à quebra de sigilos bancário e fiscal de 17 pessoas e empresas ligadas ao empresário, incluindo familiares.
A suspeita é de que a Pixbet e empresas associadas tenham sido usadas para remessa ilegal de valores ao exterior e ocultação de patrimônio.
Em nota, o advogado Nelson Wilians, que representa a Pixbet, afirmou que nenhum dos investigados foi indiciado ou intimado três anos após o início das apurações e classificou as quebras de sigilo como “especulativas e indevidas”.
A Pixbet afirmou ser “licenciada e autorizada a operar no País” e que mantém suas atividades em conformidade com a legislação brasileira.
O caso ganha repercussão por envolver figuras ligadas a políticos do Centrão e nomes de destaque na advocacia e no mercado financeiro. Ernildo Júnior tem ampliado sua atuação política na Paraíba, especialmente após apoiar conseguir eleger o atual prefeito de Serra Branca, sua cidade natal.