A recente campanha eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB) tem mostrado um lado preocupante da disputa: o uso de discursos xenofóbicos e ataques pessoais por parte de alguns envolvidos. Harrison Targino, um dos candidatos, chegou a atacar um conselheiro federal da Chapa 10, indicado por Paulo Maia, simplesmente pelo fato de ele, embora paraibano, atuar em um grande escritório de alcance nacional. Esse ataque não só reflete uma tentativa de deslegitimar o profissional por sua escolha de atuação, mas também reforça um discurso de exclusão que foge dos valores da advocacia.
Em vez de focar em propostas sólidas e na promoção de um diálogo respeitoso, o grupo do atual presidente optou por apelar para a xenofobia, criticando adversários simplesmente por não serem naturais da Paraíba, numa estratégia que contradiz o espírito de inclusão e pluralidade que a profissão deveria representar.
Ao recorrer a esse tipo de retórica, os responsáveis pela difamação desrespeitam não só os candidatos alvo dos ataques, mas também a própria essência da advocacia: a defesa dos direitos humanos, da dignidade e da justiça. Em um momento em que os advogados esperam projetos concretos e ideias para o fortalecimento da OAB-PB, o uso de estereótipos e a instigação de divisões regionais enfraquecem a instituição e minam a confiança da classe.
É fundamental lembrar que o lugar onde alguém escolhe viver pode ser mais importante do que onde nasceu. Enquanto o local de nascimento é uma circunstância aleatória, o lugar onde decidimos construir nossa vida reflete nossas aspirações, valores e sonhos. Para muitos, a Paraíba é o espaço escolhido para contribuir com a sociedade, construir um legado e exercer a advocacia com paixão e comprometimento. Reduzir a presença e o valor desses profissionais ao fato de serem “de fora” ignora suas contribuições e subestima a riqueza da diversidade.
A advocacia paraibana merece uma campanha eleitoral que honre esses princípios, baseada em debates de ideias, propostas e soluções para os desafios da profissão. Precisamos de lideranças que valorizem o papel de todos os advogados, independentemente de sua origem, e que estejam comprometidas em promover um ambiente de inclusão e respeito. Afinal, a advocacia se fortalece com a pluralidade de vozes e a capacidade de acolher diferentes perspectivas.
Os advogados paraibanos esperam mais do processo eleitoral e da própria instituição que os representa. Eles merecem uma OAB que espelhe seus ideais e seu compromisso com a ética, com o respeito mútuo e com o fortalecimento da advocacia.
Veja o trecho do ataque no vídeo abaixo: