A cidade de Bayeux deu um passo importante na construção de uma educação ambiental mais conectada com os desafios do século XXI. A Câmara Municipal aprovou, nesta semana, um projeto de lei que institui a promoção da Cultura Oceânica nas instituições de ensino da rede pública municipal. A proposta é de autoria do presidente da Casa, vereador Adriano Martins (Republicanos), e tem como objetivo principal desenvolver o letramento oceânicoentre estudantes e educadores.
Apesar de não ser uma cidade litorânea, Bayeux ocupa um lugar estratégico no contexto hidrológico da Paraíba. Localizada às margens dos rios Sanhauá e Maré, é considerada “a porta de entrada para o oceano”, como destacou o vereador Adriano Martins durante a votação. “Somos parte direta desse sistema, e é fundamental que nossos jovens compreendam essa conexão e a responsabilidade que temos com os ecossistemas marinhos”, afirmou.
Aprovado por unanimidade, o projeto está alinhado aos compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021–2030), proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A proposta reconhece o papel vital dos oceanos na regulação do clima, na manutenção do equilíbrio ambiental e no fomento de uma economia sustentável.
A Cultura Oceânica, base do projeto, é uma abordagem interdisciplinar que transcende os conteúdos tradicionais de disciplinas como Geografia e Biologia. Ela promove o diálogo com temas como sustentabilidade, saúde pública, economia azul, cidadania e história ambiental. Ao incorporar essa perspectiva no currículo das escolas municipais, o município busca formar uma geração mais consciente, crítica e comprometida com a preservação do planeta.
Martins também relembrou a forte ligação histórica da cidade com a pesca. “Temos em nossa história a pesca como base de sustentação de renda de grande parte da nossa população. Até hoje, as pequenas embarcações fazem parte de nossa paisagem. Isso precisa ser preservado, valorizado e incentivado”, declarou o vereador, ressaltando que o projeto também tem um caráter identitário e cultural.
A proposta contou com o apoio técnico do advogado Marcos Souto Maior Filho, presidente da SOAMAR-PB (Sociedade Amigos da Marinha), e do comandante Ronaldo Miranda Júnior, da Capitania dos Portos. Ambos atuaram como colaboradores na construção do texto final, assegurando que o projeto estivesse em conformidade com as diretrizes internacionais da educação oceânica.
Com a aprovação pela Câmara, o projeto agora segue para a sanção da prefeita Tacyana Leitão, e a expectativa é que a nova política educacional entre em vigor ainda neste semestre. A medida integra o conjunto de ações estruturantes que o município vem adotando na área de educação ambiental.
Impacto para Bayeux e para o futuro
Mais do que uma iniciativa educacional, o projeto representa um avanço no reconhecimento da interdependência entre as cidades e os oceanos, mesmo aquelas situadas longe da linha costeira. Ao promover a Cultura Oceânica nas escolas, Bayeux reafirma seu compromisso com um modelo de desenvolvimento sustentável, no qual educação, história, meio ambiente e cidadania caminham juntos.