Um vídeo divulgado pelo blog do Ninja que vem circulando nas redes sociais neste domingo (9) expôs uma suposta articulação para cassar o mandato do prefeito de Cabedelo André Coutinho (Republicanos) no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).
As imagens mostram o presidente da Câmara, Edvaldo Neto, o ex-secretário Fernando Sobrinho e o ex-procurador Diego Carvalho discutindo estratégias para garantir a cassação do gestor. A conversa teria ocorrido em 9 de outubro, em Brasília, um dia antes da exoneração de Sobrinho.
Nos trechos gravados, os interlocutores falam em “dois rim e uma parte da prefeitura”, em tom de brincadeira, ao tratar sobre o valor que seria pago para “garantir” o resultado no TRE. Em outro momento, Edvaldo Neto afirma que precisa “mexer os pauzinhos” para tirar o prefeito do cargo.
A coincidência entre o diálogo e os fatos impressiona. No vídeo, eles dizem que “cai no domingo” — e, de fato, no domingo seguinte (12), o relator Roberto D’Hor se declarou suspeito e deixou o processo. Também preveem movimentações na “quinta-feira”, o que ocorreu em 16 de outubro, quando o novo relator, Keops Vasconcelos, pediu pauta para o julgamento.
A gravação ainda aponta que até o fim de outubro o caso estaria resolvido. O julgamento foi marcado para o dia 30, mas acabou adiado por pedido da defesa.
O vazamento do vídeo ocorre dois dias após fotos de uma viagem entre o presidente da Câmara Municipal, Edvaldo Neto, o ex-coordenador do Procon Municipal, Diego Carvalho Martins, e o ex-secretário de Indústria e Comércio de Cabedelo, Fernando Sobrinho, em encontros suspeitos na capital federal, também terem sido expostos nas redes sociais.
O conteúdo reforça suspeitas de tráfico de influência e tentativa de interferência no Judiciário. O prefeito André Coutinho é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por suposto abuso de poder econômico.
O vídeo deixa claro o interesse de Edvaldo Neto na cassação — ele seria o principal beneficiado em uma eventual saída do atual gestor. O caso deve agora ser apurado pelo Ministério Público Eleitoral.

