O deputado estadual Felipe Leitão (Republicanos) deixou claro que a desconfiança quanto ao cumprimento do chamado “Acordo da Granja” foi um dos principais motivos para sua saída da base governista. O entendimento previa que o Republicanos comandaria os dois biênios da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba, caso o vice-governador Lucas Ribeiro vença a eleição estadual de 2026.
Em entrevista concedida na noite desta segunda-feira (23) ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba — poucas horas após anunciar apoio à pré-candidatura do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), ao Governo do Estado — Felipe foi direto: “Quem quiser que pague para ver”.
O parlamentar relatou que participou de uma reunião que durou das 8h30 às 13h, na qual o compromisso teria sido firmado de forma clara. “Fui testemunha ocular. Ficou cristalino que os dois biênios seriam do Republicanos. E todos que estavam lá não podem dizer o contrário. O compromisso incluía também os espaços do partido no governo e na Assembleia, caso Lucas fosse eleito”, afirmou.
Na sequência, Felipe demonstrou preocupação com sinais de recuo por parte de integrantes da base. “Logo após algumas declarações de agentes políticos, houve titubeio no meio do caminho. Isso me deixou com um pé atrás. Já o prefeito Cícero Lucena é um homem de palavra. Sei que ele honra compromissos”, declarou.
Felipe Leitão também fez questão de agradecer ao Republicanos pela forma como foi acolhido no partido e afirmou que está disposto a deixar a legenda para evitar “constrangimentos”.
O deputado ressaltou ainda que não assumiu compromisso de filiação ao MDB e manteve em aberto sua posição sobre o apoio às duas vagas ao Senado em 2026.
Apesar do rompimento com o bloco governista, Felipe não descartou votar no governador João Azevêdo (PSB) e no prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), ambos pré-candidatos ao Senado.


